“Onde pisam os pés, a cabeça pensa e o coração ama, ama o coração, pensa a cabeça. E os nossos pés, pisam neste chão, ama o coração, pensa a cabeça. E os nossos pés, pisam neste chão”.
(Mantra: Poética – Maria Soave – Música – Eliane Brasileiro)
No chão sagrado, altar de ancestralidade. Símbolos que nos alcançam por dentro, fazem vibrar e bater nossos corações – em Palavra, força e magia. Terra, território. Mãos calejadas. Punho erguido para a luta. Abertas, unidas, entrelaçadas. Pés de terra, sem-terra, cravados e expulsos da terra. Toré cabocla, corpo móvil e dança unidos ritualmente. Resistência e brincadeira ao ritmo do toante. A vida, para os povos primeiros da Abya Yala, acontece por baixo: onde é gerada, germinada, desabrochada, florescida, frutificada… sustento.
Por isso, romeiros/as do Reino, na virtualidade, demos largada ao Módulo I da nossa Oficina Bíblico-Teológica, Místico-Política, facilitados e mistagogicamente conduzidos por Maria Soave – biblista popular em estado de Poesia – que, da Itália, sopra inspiração humanizadora e imunizadora contra todo vírus de capitalismo, extrativismo, patriarcado, racismo, violências e opressões.
Iniciamos sentipensando com nossas mãos e pés: é urgente que interpretemos a Bíblia não só a partir das ideias mas, sobretudo, desde nossos corpos, práticas, contextos, realidades. É oficina, motirõ, mutirão, feita a muitas mãos e muitos pés, braços e pernas, de todos os trabalhos, labutas, cansaços, sonhos, fantasias, prazeres…
Com um processo de participação ativa, nos perguntamos por nossas identidades, pelo que nos faz sentir Povo. Na partilha da Vida, na ponta do lápis e pincel, no rabisco no papel, ensaiamos e construímos o espaço que queremos ser e habitar: de escuta empática, de diálogo fecundo, de reciprocidade, de intimidade, de intercâmbio simétrico, de democratização radical da vez e voz. Ser leitura cotidiana, comunitária, estímulo a memória, coração aquecido, exercício que acorda o desejo, á luta.
Encerrando o Encontro Primeiro, fomos jogados de volta ao compromisso com os ninguéns, en la Calle 13, na Décima Terceira tribo de Dinah, das 13 luas dos corpos de mulheres e terra, na Décima Terceira Apóstola de uma Igreja Samaritana e Madalena, no Caminho 13, de Latinoamérica, com todos os ritmos, cores, cheiros e sabores: travessia dos últimos, pequenos, esquecidos, sobrantes da história oficial dos vencedores. Aí nos encontramos. Aí queremos estar. Cúmplices, em cons-piração evangélica, em conflitos de martírio-Cruz-Ressurreição contra todos os Bolsonaros e senhores assassinos, calhordas e genocidas de turno.
Da tierra del Fuego, do Sul do Brasil à Ilha do Marajó, no ventre da Amazônia, pelo Mediterrâneo: Somos 120 caminhantes, participantes.
Para o CEBI/MG, Denis Wilson.
Divulgação: Equipe de Comunicação do CEBI-MG.
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